Li todos os comentários, alguns me deixaram pasma, relutei em acreditar que estava lendo algo digitados em um espaço onde, a maioria, são profissionais ligados ao Direito.
Aviltar o ECA, é desconhecer a realidade social do Brasil, a enorme desigualdade entre uma minoria rica e a grande maioria pobre. Essas crianças não são de lares pobres e sim de lares miseráveis.
Só pergunto a esses que acham que ¨bandido bom é bandido morto e não importa se é menor:
O que fariam se um filho estivesse com seu grupinho ouvindo som naqueles carros barulhentos, típico dos jovens e surgisse os guardiões da lei e achasse que poderiam ser bandidos chegasse junto atirando nos rapazes e seu filho fosse morto por um desses guardiões e para justificar o fato diriam que era um menor infrator perigoso que estava armado e para se defender atirou, isto é, foi legítima defesa. Sendo que o seu filho nunca viveu a realidade dos meninos pobres das periferias e não estavam praticando nenhum crime além de curtir um som alto?
Quem se posiciona dessa forma esquece que esses menores são filhos de pais desconhecidos, convívio de muita violência entre seus iguais, sem acesso a moradia, a educação, a rede de esgoto, de água, de luz, sem assistência a saúde, sem emprego, a escola desses menores é a vida na rua, ou fumando crack ou vendendo balas no sinal ou limpando para-brisas na esperança que alguma moeda saia dos bolsos dos engravatados que passam pelos semáfaros, que reluta em olhar aquela criança desnutrida porque é o retrato na nossa omissão enquanto ser social.